A coisa mais fácil do mundo é elogiar amigo, não é mesmo? E é isso que vou fazer aqui neste post, com muita satisfação e alegria, sem o menor constrangimento. E o elogio tem um sabor especial quando você vai falar do trabalho da amiga onde você teve a oportunidade de participar.
É o caso do álbum recentemente lançado pela Sony Music, “PAGODE DA MAR’TNÁLIA”.
Este trabalho é um daqueles casos em que a personalidade do cantor ou cantora nos leva a pensar que o repertório foi composto para o intérprete, ou composto por ela mesma. Caso do pai. Mar’tnália colocou sua marca num repertório de pagodes de sucesso dos anos noventa, trouxe convidados ilustres para o jogo (Martinho da Vila, Caetano Veloso, Luiza Sonza) e reciclou as canções através da brilhante batuta do pianista e arranjador Luiz Otávio, de quem falarei mais, um pouco mais adiante.
Este álbum idealizado por sua empresária Márcia Alvarez e produzido por ela junto com Marcus Preto, atingiu de forma brilhante o objetivo de fazer um afago em todos aqueles artistas e grupos que fizeram a trilha sonora de uma época, um samba com outro sotaque, adorado por muitos, deixando outros de nariz torcido. Mas a realidade é que o foco daquele estilo era propiciar alegria, divertimento, romance, sem outras temáticas mais complexas próprias do samba dos fundos dos quintais, das eternas e tão ricas raízes do samba de sempre.
O sorriso de Mart’nália cantando nos chega aos ouvidos, o suingue de Mart’nália dividindo as percussões com André Siqueira, é f..., as performances de Theo Zagrae na bateria, honrando o talento materno e paterno, os contrabaixos de Ivan Machado, Jamil Joanes e Rômulo Gomes segurando toda a onda, o banjo salgueirense de Fred Camacho e o meu violão “sassaricando” no meio disso tudo, feliz da vida, nos propiciaram belos momentos nas sessões de gravação.
Uma das coisas mais importantes, na minha opinião, é que em álbuns deve-se estabelecer um conceito. Álbum é conceito, não é só uma sucessão de faixas, tem que contar uma história, ter uma marca, um mote, é o que sempre procurei fazer nos meus discos e nos que eu produzi.
“PAGODE DA MART’NÁLIA” esbanja conceito, pena que passa rapidinho, pena que acaba logo, não é mesmo Luiz Otávio? Rsrs
Faço aqui um destaque especial para o arranjador e tecladista Luiz Otávio, que conceituou os arranjos para soarem chiques, modernos, sem perder o essencial groove do samba. Não dispensou o uso da guitarra do brilhante Júlio Raposo, usou com elegância o nipe de cordas, dividiu o backing vocal com Mart’nália e Ronaldo Barcelos trazendo para o trabalho um sotaque “música black” do qual a cantora também é muito fã. Coisas de pretos criados de Vila Isabel pra cima. Enxergou longe, o Luiz.
Em tempo, o botafoguense Ronaldo Barcelos, autor de vários sucessos, participa também como autor de uma das faixas, “Eu e Ela”, em parceria com Délcio Luiz.
É isso gente. Partiu plataforma digital. Álbum para ser ouvido com fone, mas que merece também se colocado nas caixas de som de um DJ Café, para ser tocado em alto e bom som por todo canto, nas calçadas suburbanas, nas praias em dia de domingo. Música para festa e tomar umas junto. Parabém a todos os envolvidos.
Querido parceiro, do alto dessa montanha de humildade, não se vê nenhuma menção à sua musicalidade, influenciadora de toda essa juventude que hj esbanja sabedoria e agrega o refinamento da MPB, o emocional do pagode e a suingueira da black Music que marcou a adolescência de grande parte da população adulta de agora; tupiniquices que agregam e ressignificam a música que toca a alma, as paixões, tiram o pé do chão, ou tudo isso ao mesmo tempo. Seu violão botafoguense sassaricou lindamente pela área, driblador elegante como Luiz Henrique e acertivo como Savarino.
ResponderExcluirO disco é lindo e com certeza mais um gol de placa de Tnália, Alvarez e Luiz Otávio!
Salve, Cajó!!!
Muito obrigado caríssimo parceiro. Estamos juntos. Vamos arrasar no nosso clip, se Deus quiser. Beijos.
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