O tempo passa, o tempo voa, o tempo é o dono da nossa coroa.
Inventei este versinho para começar uma crônica de recomeço. Estou vivendo um tempo de recomeços em algumas situações de minha vida. Por exemplo: recomecei a vibrar com futebol à partir da dessa temporada do meu glorioso Botafogo que não sei ainda como terminará. Recomecei a frequentar a academia por conta de alguns distúrbios na saúde provocados pelo sedentarismo. Recomecei a cozinhar em casa, um prazer aprimorado na pandemia, só que agora maravilhado com as possibilidades de uma air fryer que estava escondida no armário. Recomeçando em várias coisas, por que aos setenta e cinco anos o tempo passou e agora a fase é de novos tempos, que pode ser breve, que pode ser longa, mas que tentarei que seja intensa, prazerosa.
Estou me preparando para uma quarta idade longeva, sonhando com a possibilidade de realizar tudo aquilo que deixei passar por conta do "depois eu faço", e com isso o baú físico e o da memória estão lotados. Não são poucas coisas, acho que não haverá tempo, mas terei tempo de pelo menos tentar e concluir em outra dimensão. Pois é, acredito nessas coisas.
Este recomeço de uso do meu blog está entre os velhos novos alvos. Primeiro porque escrever sempre me fez bem, talvez nem tanto aos que têm tempo e interesse em me ler, mas me sinto organizado quando escrevo, me sinto me comunicando comigo mesmo, como se estivesse rezando para o meu Orixá, e as respostas vêm, junto com as dúvidas, as dívidas, junto com alegrias, tristezas e reflexões.
Este recomeço com a escrita, tentando que seja agora de uma forma regular e em papel digital, tem a ver com um certo cansaço em relação as novas mídias de comunicação com as pessoas, com o pequeno mas fiel público que curte minhas coisas.
Eu não sou chegado àquela história de que o mundo antigamente era melhor. O mundo na real é aquilo que a gente vive perto da gente, o resto é quase miragem, cenas de um filme que passa num cinema longe de casa. As guerras que assolam o mundo, a eterna fome que alimenta a África, o crime, a corrupção, catástrofes da humanidade que muitas das vezes são só noticias da TV ou internet. O racismo, a homofobia, o eterno tratar mal às mulheres por parte dos homens e por aí vai. Muitas das vezes temos a sensação que tudo isso não faz parte do nosso mundo e então o lance é partir pra outra cerveja e vamos em frente. Se o mundo ao longo do tempo foi cruel, injusto, bonito, surpreendente, assustador, acolhedor, hoje, pelo menos pra mim, ele é sim muito chato. Existe dentro de mim um embate entre o real e o virtual que me cansa, e eu saquei isso a tempo e resolvi recomeçar retomando a linha evolutiva de quase tudo, o que me for possível.
Mas o fato é que estou de saco cheio do Instagram, do Facebook, o X eu cancelei, embora eu ainda me utilise destas fermentas para divulgar shows e curtir coisas antigas garimpadas nas redes.
Estes espaços virtuais de canções e textos curtos, com má vontade com "textões" e canções de três minutos, não estão mais me confortando, especialmente em relação a veiculação de minhas crônicas. O meu LUGAR DE FALA foi bem recebido e está eternizado (será?) no Youtube, enquanto a ilha com os backups não afunda, mas estou vivendo um tempo que estou preferindo que minhas coisas sejam mais lidas e ouvidas do que vistas. Particularmente acho um porre sem drinks ler o texto na parte de baixo do vídeo com o celular em pé, acho uma pobreza, por isso, usando uma palavra já desgastada, irei disponibilizar também minhas crônicas em áudio, para aquelas pessoas portadoras de deficiência visual.
Voltar a escrever em meu blog é tipo uma fuga, uma ida pra Parsagada onde não conheço o rei, um botar a cabeça pra fora e respirar, mesmo sabendo que a maioria das pessoas prefira o audio visual. Eu também, aliás, sou um péssimo leitor de livros e espero conseguir incluir este hábito nos próximos tempos.
Enfim recomeçar a escrever, e com regularidade, faz parte de uma tentativa de organização do meu material escrito para que um dia eu venha a publicar algum livro, impresso, com coquetel de lançamento e comemoração na Taberna da Glória, já que o Baiano deixou o Bar Getúlio escapar pelos dedos.😉
Então meus três leitores, vamos nessa? Deixe um comentário no blog, compartilhaí e segue o líder, quer dizer, segue o link. 😊
Cláudio Jorge
Sempre bom te ouvir!
ResponderExcluirObrigado meu irmão. Axé.
ExcluirQuando recebi o link desse líder, pelo conversador digital, vi que ali havia um áudio também. De primeira larguei o chopp da Quitanda e me afastei com cigarro... na certeza que eu queria LER.
ResponderExcluirLogo agora, que meus dedos estavam prontos há umas semanas, para dar minha versão da vida "distante" (para mim) do amigo que nos fala. São discos memoráveis desse Violão Vagabundo, que se empilham nas listas musicais da minha vida recente. E me ensinam como a vida pode ser próspera e longeva. O que tenho a dizer, é que se comemora a vida a cada dia. Não mais que isso!
Grande amigo Biro, saudades tuas, obrigado pelas palavras. Um dia ainda faço um disco com esse título que você me deu. Violão Vagabundo é muito bom. ❤️❤️ Vamos em frente. 😘😘
ExcluirÓtimo texto Cajó! Abs
ResponderExcluirObrigado parceiro. 😘😘
ExcluirÓtimo te ler, te ouvir... Grande abraço.
ResponderExcluirObrigado Bambu. Está iniciado o processo objetivamente. 😘😘
ExcluirMaravilha de Texto Cajó !!! Abração
ResponderExcluirValeu mermão. A Vila Idabel do nosso tempo vai aparecer bastante nessas crônicas. Beijos.
ExcluirSaudade do amigo. Sempre bom te ouvir e te ler! Evoé!
ResponderExcluirSalve parceiro, estamos justíssimos. Beijos, obrigado.
ExcluirMaravilha, pai! Escreva sempre! Beijos
ResponderExcluirMeu amigo, eu adoro ler os seus escritos, seus textos, suas crônicas, assim como ouvir suas músicas! Continue escrevendo mesmo!! Louca pra ler sobre a peça do Othon Bastos, pois assisti e a emoção tomou conta, né? !!! Beijo grande!
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